Política

Das prévias para presidente, tucanos saem com asa quebrada

18.308

data-filename="retriever" style="width: 100%;">

O governador de São Paulo, João Doria (à dir.), confirmou seu favoritismo e venceu as tumultuadas prévias do PSDB para ser o candidato a presidente. Ele conquistou 53,99% dos votos. Seu principal opositor na disputa interna, o governador Eduardo Leite (à esq.) obteve 44,66%, e o ex-prefeito de Manaus Artur Virgílio (centro), ficou com 1,35%. Depois da suspensão das prévias por problemas no aplicativo desenvolvido para a votação e um suposto ataque de hackers, o PSDB retomou o processo no sábado e anunciou o resultado na noite do mesmo dia.

Só que a definição do nome não significa paz no PSDB. Ao contrário. O partido sai mais rachado do que nunca. Nos bastidores da prévia, os tucanos trocaram acusações, e apoiadores de Leite e Doria lavaram a roupa suja. Os problemas com o aplicativo de votação só colocaram mais fogo na conturbada disputa na sigla, que contratou uma nova empresa para fazer o processo.

Além do esfacelamento do PSDB, Doria não tem perfil conciliador, inclusive apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) torciam pela vitória do governador paulista e não de Leite pela sua dificuldade em dialogar. Internamente, tucanos avaliam que Doria não será capaz de juntar os cacos do partido e pacificar a sigla em torno do seu nome.

Alguns tucanos históricos, como o ex-governador Geraldo Alckmin, devem voar para outros ninhos. Foi Alckmin, aliás, que levou Doria para o PSDB, mas logo ele criou asas e quis o lugar do ex-governador na disputa à Presidência em 2018, causando um mal-estar dentro da sigla.

O certo é que os tucanos saem com fratura exposta nas asas e terão de consertá-las muito bem se quiserem alçar voos bem mais altos, o que muitos militantes do PSDB não acreditam.



E o futuro de Leite?

O governador Eduardo Leite fez um percentual considerável de votos entre os militantes, uma vez que era bastante desconhecido no restante do Brasil.

Com as prévias, ganhou projeção nacional, viajou por vários Estados e concedeu entrevistas nos principais veículos de comunicação do país.

Depois da derrota, Leite pregou a unidade do partido, entretanto negou ser coordenador da campanha de Doria por falta de afinidade com o governador paulista, conforme entrevista à Folha de S.Paulo. De fato, os dois tucanos têm perfis bem diferentes, diria quase opostos.

Na mesma entrevista, o governador disse que vai cuidar de terminar o mandato, que se encerra no final de 2022. Ou seja, sinalizou que não concorrerá a nenhum cargo no pleito do ano que vem. No entanto, Leite tende a sofrer uma pressão gigantesca do PSDB gaúcho para disputar a reeleição, que ele se diz contra e, por isso, não concorreu a um segundo mandato de prefeito em Pelotas.

O partido sabe que ele é o nome mais competitivo da sigla para disputar o Piratini, ainda mais depois de colocar as contas em dia do Estado e começar a fazer investimentos em diferentes áreas.

Leite indica que não concorrerá a nenhum cargo, mas a política é muito dinâmica: o não de hoje pode se transformar em um sim amanhã.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Presidente Bolsonaro se junta de vez ao Centrão

A jornada do cliente não é mais linear Próximo

A jornada do cliente não é mais linear

Colunistas do Impresso